quinta-feira, 19 de agosto de 2010

AUSÊNCIA

Quando as pessoas andam pela ruas urbanas, não é raro encontrar mendigos - adultos ou crianças - pelo caminho, pedindo esmola. A cena mais comum, pelo o olhar do marginalizado, é ser evitado por todos, pois a sociedade tem medo do assalto e também da agressão. A figura do homem aos trapos logo tornou-se o maior ícone desse problema social, e de fácil julgamento alheio.

Porém, ninguém pensa na história desse indivíduo e o porquê deste precisar pedir dinheiro ou catar comida e abrigo no lixo para sobreviver. A sociedade enxerga essas cenas no cotidiano, mas finge que não vê. Pouco se faz para ajudar e muito menos faz sofrer aquele que apenas observa. Isso é a uma das provas de que, o que mais falta nos valores morais da população atualmente, é a compaixão.

Se apenas doar objetos e alimentos fosse o suficiente, não existiriam mais os miseráveis. Não há nada que se realiza sozinho: é preciso trabalhar a questão em conjunto para poder resolvê-la. Ajudar a entregar as doações é apenas uma parte, pois ser caridoso é dar também um abraço e palavras de carinho e ânimo para as pessoas que precisam, sendo pobres ou não. Sofrer com o próximo, dando a importância necessária para seu problema é o maior dos passos para se solucionar as situações.

Não existe uma disciplina que se chame “compaixão”. Esta se desenvolve ao longo de experiências, convivências e vai além do lado racional do aprendiz. Portanto, ao ver que uma pessoa de cadeira de rodas precisa de apoio para entrar em um ônibus ou que, necessite de um lugar especial no metrô, não passa a ser apenas uma questão de ética ajudá-la. Também faz parte da solidariedade humana.